Ganhamos experiência com o uso de telemedicina há algum tempo.
O atendimento à distância, com auxilio da internet, permite contornar dificuldades e aumentar o acesso à medicina, neste nosso país de dimensões continentais.
Como toda novidade, ela provocou reações intensas de apoio e rejeição. Depois de um início promissor, mudanças na legislação brasileira vieram bloquear parte do que se fazia em telemedicina. Ainda assim a teleconsultoria permaneceu ativa e ganhando importância lentamente (para maiores informações sugiro ler sobre telemedicina no site: arihalpern.com.br)
O medo é compreensível. Sociedades de classe médica temiam que a telemedicina fosse substituir e desvalorizar o ato médico. É preciso ser claro, a telemedicina não tem o objetivo (e nem deve ter) de substituir o exame físico presencial feito pelo médico. Muitas coisas só podem ser diagnosticadas assim.
No entanto, a pandemia atual veio mudar definitivamente tudo isso. Com o rigor da quarentena, a telemedicina virou uma alternativa extremamente útil para uma boa parcela dos pacientes que necessitam de consulta médica.
Vários artigos publicados em importantes revistas científicas internacionais vieram exaltar as vantagens deste modelo na situação atual como o New England Journal of Medicine em artigo de 15/03/2020. O mesmo ocorreu hoje em artigo publicado no prestigioso jornal The New York Times que diz:
“telemedicina chega ao reino unido. 10 anos de mudanças em uma semana”
Creio que grandes crises trazem mudanças definitivas na Sociedade. A telemedicina ganhou um impulso vertiginoso em função desta epidemia. Creio que é uma novidade que veio para ficar.
No entanto, é preciso entender que a telemedicina não é uma solução universal e definitiva. Durante a epidemia pode ser uma alternativa extremamente benéfica para evitar que pessoas, particularmente as de maior risco, tenham que sair de sua quarentena. Muitas vezes esta consulta à distância será suficiente, outras vezes não. O médico deve ter o conhecimento e a experiência para poder avaliar corretamente cada situação.
Quando este “furacão” passar, a telemedicina vai continuar servindo para uma parcela dos casos. Nossa experiência adquirida muito antes, e durante a epidemia vai permitir melhorar cada vez mais esta inovação tecnológica particularmente útil para pacientes com doenças reumatológicas como artrite, lúpus, gota e tantas outras que necessitam de acompanhamento médico constante.