Fator reumatoide foi descrito inicialmente na década de 1940. É um fenômeno bem interessante. Imaginem só: nosso sistema imunológico produz milhões de anticorpos que reconhecem atacam e destroem coisas estranhas ao organismo. Dai, de repente, aparece um anticorpo que reconhece o que? Uma parte de outro anticorpo produzido por este mesmo sistema imunológico. Parece um jogo de espelhos infinito, mas é isso mesmo que ele é um anticorpo anti-anticorpo e uma manifestação de autoimunidade.
Inicialmente ele foi descrito em portadores de artrite reumatoide. Hoje sabemos que, quando presentes em altos títulos, costumam estar relacionados com alguma doença autoimune incluindo, além da própria artrite reumatoide, o lúpus e a síndrome de Sjogren. Porém, podem também ser detectados em várias situações como câncer, infecções crônicas, doenças inflamatórias pulmonares além de pessoas sem qualquer doença, particularmente idosos (geralmente em títulos mais baixos).
É um teste muito útil na prática. Ajuda no diagnóstico e algumas vezes na decisão sobre qual tratamento deve ser utilizado, mas, também é uma fonte de confusão e preocupação desnecessária.
Existem várias técnicas de detecção que merecem diferentes interpretações. Em geral é só uma parte do quebra cabeça que é o diagnóstico de toda e qualquer doença reumatológica
Ninguém deve se assustar porque tem fator reumatoide positivo. Da mesma forma, ter fator reumatoide negativo não afasta doença reumática o teste positivo não confirma artrite.